A lista dos possíveis inimigos em potencial da mulher é quilométrica.

la A inimiga mora ao lado?

Gordura localizada, o ponteiro da balança, a neura contra o temido glúten e um “pezinho nos 30”. Podemos fazer uma lista quilométrica dos possíveis inimigos em potencial da mulher. Mas ultimamente parece que no universo feminino o vilão dos tempos modernos responde por outro nome.

Pesquisas apontam – e as mulheres fazem questão de reproduzir alto e bom som – quão injusto é um mundo onde elas ganham um salário tão inferior ao dos homens. Mas a verdade é que elas sofrem tanto – ou mais – quando a amiga que senta ao lado usa um jeans 36. Também lamentam por não ter um cabelo digno de Gisele Bündchen, se comparam umas com as outras ou destilam comentários maldosos contra a própria mulher. E ainda se martirizam com o fato de a colega desafiar a gravidade e se manter naquele scarpin altíssimo durante oito horas sem chegar ao final do dia toda retorcida e ela não.

O mais irônico é que tais atitudes contrariam todo discurso feminista pregado ao longo dos anos. Como elas podem desejar alcançar espaço notório, autonomia e respeito com comportamentos tão desnecessários?

Apreciar ou criticar?

Por trás de uma grande mulher existe outra morrendo de inveja – pelo menos é o que andam espalhando por aí. Mas a polêmica em tom de brincadeira pode alcançar contornos perigosos. O fato é que 74% das mulheres alegaram ter esse sentimento – pasmem – em relação às próprias “amigas”. Pelo menos é o que aponta um levantamento feito pelo site de descontos My Voucher Codes, que detalha os principais motivos.

“Existe tanta competição entre as mulheres que muitas são nossas piores inimigas. Elas torcem para que percamos, que soframos, que fracassemos. Tem aquelas que sonham ter o marido da outra – vergonha feminina. Dizem ser feministas, mas no fundo são contra as mulheres”, argumenta a escritora Cristiane Cardoso em seu blog.

Recentemente, a cantora britânica Lily Allen compartilhou opinião semelhante. “Quando estou sentada em um restaurante e vejo uma mulher bonita e magra entrar, penso: ‘Oh, ela é magra e bonita e eu, gorda e feia’. Isso é uma competição e não é saudável. Somos nossas próprias inimigas.”

É de lamentar que, apesar das conquistas no cenário feminino, muitas mulheres ainda perdem para si mesmas, para sentimentos tão pequenos como a depreciação, se comparando com outras ou fazendo críticas destrutivas como instrumento da inveja que sentem. Perdem tempo com motivos fúteis, tempo que seria eficientemente gasto se, em vez disso, se admirassem e se promovessem. Segundo o dicionário, promover é destacar, mas parece que na realidade se conhece apenas o oposto.

A raiz por trás desse fato cruel é apontada por Cristiane: “Isso é decorrência da desvalorização da mulher. Quanto mais tempo passa, mais desvalorizada ela é, mais insegura ela fica e mais inferior se sente. E, quando você se sente inferior, age de uma maneira inferior”.

O “xis” da questão é que muitas tentam resolver externamente um problema que deve ser bem resolvido dentro de si mesmas. Paga-se um alto preço por remediar esse conflito entrando em uma competitividade feminina desleal. Esse desconforto é resultado, acima de tudo, de autoestima baixa. Que tal praticar o contrário? Escolha calar-se, em vez de tecer críticas destrutivas e experimente aumentar o seu valor investindo em si mesma e descobrindo talentos, no lugar de se submeter a comparações e críticas que, no fundo, são um verdadeiro balde de água fria em você mesma.

 

Universal.org

 

 

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