Livre-se da raiva

20130323_93758_raiva Sentimento gera ainda mais problemas

Quando algo dá errado ou uma pessoa é prejudicada em alguma situação, é natural que alguém fique decepcionado. Como nem todo mundo encara os problemas da mesma maneira, um desengano pode ser o estímulo que faltava para se começar algo novo, ou pode ser o estopim para deflagrar a raiva.

“A raiva pode ser vista como um sentimento de protesto, um sintoma de insegurança, timidez ou frustração contra algo ou alguém, e acontece sempre que a pessoa se sente ferida ou ameaçada. Você sente raiva quando não sabe lidar com a frustração, quando não aceita um não como resposta ou quando as coisas não seguem da forma que você planejou. Ela é uma reação que faz parte da natureza humana”, afirma a psicóloga e escritora Olga Tessari.

Esse sentimento envolve o indivíduo como se ele estivesse agindo com justiça, pois, o estimula a reagir contra algo que o feriu. Porém, acaba provocando reações impulsivas, até mesmo agressivas.

“Se a raiva não é expressa da forma adequada na situação, ela pode causar muitos mal entendidos, brigas e confusões, e até o rompimento de relações. No momento em que a raiva surge, o impulso inicial é de querer ferir o causador dela, é por isso que muitos partem para a briga, revelam segredos ou dizem palavras que sabem que ferem e muito o causador da raiva”, diz Olga.

Por isso é tão importante que o indivíduo, ao primeiro sinal de contrariedade em uma situação, se afaste daquilo ou da pessoa que está causando o desconforto e passe a observar como se não estivesse acontecendo com ele. A partir daí, com certeza, ele terá mais segurança e controle para se posicionar diante do problema e da raiva que sentiu.

“Antes de expressar a raiva, deixando-se levar pelo impulso e gerando ainda mais problemas, é preciso afastar-se da pessoa ou situação que a causou, acalmar-se e somente depois disso se expressar, sabendo explicar os motivos e, principalmente, sabendo ouvir quem causou o sentimento. Para lidar de forma positiva com a raiva, a melhor maneira é saber expressá-la de forma assertiva (afirmativa), não agressiva”, comenta a psicóloga.

Mas, vale lembrar que, apesar de sempre ser melhor não agir por impulso, é sempre válido que se resolva as coisas antes que elas se tornem pendências carregadas de emoções e de sentimentos que passam a controlar a vida de uma pessoa e a tornam refém de si mesma. O rancor que as pessoas guardam depois de um desapontamento pode ficar acumulado e se transformar em ódio.

Indignação que gera mudanças

A raiva é considerada um sentimento negativo, que quando acumulado faz mal para as pessoas, mas a revolta não. Como exemplo, podemos tomar a rede de manifestações populares que ocorreram intensamente pelo Brasil no mês de junho deste ano.

Alguns se aproveitaram da situação para externar uma ira sem propósito. Contudo, a maioria foi às ruas e conseguiu transformar uma indignação revoltosa em reivindicações legítimas sobre questões sociais e possíveis mudanças no País. Segundo Olga, sob o aspecto da injustiça, isso pode ser bom, quando revela a indignação diante de situações de descaso ou de abuso. “Isso traz vigor e energia para reagirmos e colabora para que possamos mudar a realidade”, completa.

 

Universal.org

 

 

 

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