O perigo por trás do prejulgamento

Entenda por que é preciso analisar os fatos antes de formar uma opinião

O perigo por trás do prejulgamento

Qual é a sua postura quando lhe acusam? E quando expõem uma situação para saber a sua opinião, qual é a sua primeira atitude?

Somos constantemente levados a nos posicionarmos sobre algum assunto, situação ou alguém. A vida em sociedade exige isso. E é natural do ser humano se precipitar e julgar. Muitas pessoas, levadas pelo “calor” da emoção, presumem algo, ou seja, tiram conclusões precipitadas baseadas apenas em indícios ou aparências, sem antes analisarem, de maneira imparcial, os fatos. Mas não se pode presumir a culpa de alguém. Aliás, até mesmo a Constituição Federal afirma a presunção da inocência, o que garante que nenhum réu é considerado culpado até que se prove. E, caso haja dúvida ou falta de provas, a ação é julgada em favor do réu. Tudo isso para evitar que uma pessoa seja condenada injustamente.

Se um livro feito por homens é benevolente com alguém até que se prove sua culpa, o que diria o livro feito pelo Criador de tudo e de todos? Em João 7.24, o Próprio Senhor Jesus ensina que não devemos julgar segundo a aparência, mas segundo a reta justiça. Ele espera que, antes de formarmos uma opinião sobre algo ou alguém, façamos uma avaliação fundamentada nos parâmetros da Palavra de Deus.

O Bispo Júlio Freitas ressalta que quando o ser humano age depois de analisar bem os fatos, revela prudência, equilíbrio e justiça e que somente pessoas que não se portam com sabedoria dão crédito a tudo o que ouvem sem nenhuma análise: “o prudente faz o que está escrito em 1 Tessalonicenses 5.21: examinai tudo. Retende o bem. Antes de tomar atitudes e escolher um lado, temos de examinar, analisar e ouvir os fatos e, somente depois, emitir uma opinião, se é que sua opinião se faz necessária”.

Ele também enfatiza que quando alguém que se diz servo do Deus-Vivo é procurado para resolver um problema e/ou orientar uma pessoa, não deve se deixar levar pelo calor da emoção, mas, ao contrário, deve agir de forma prudente e justa.

Injustiça e mágoa
Maus julgamentos também podem gerar mágoas. Quando uma pessoa presume que outra fez, intencionalmente, algo contra ela, é fácil surgirem ressentimentos. Daí outro problema surge, além do ter sido injusto com uma pessoa: nutrir dentro de si sentimentos nocivos contra ela.

Guardar dentro de si essa mágoa, esse ressentimento, é ficar remoendo sentimentos que só causam mal a quem os possui. Isso impede até mesmo que o magoado receba o Espírito Santo. Afinal, como o Espírito de Deus, que é justo e puro, pode habitar em um coração sujo pelo ressentimento?

O Bispo Júlio explica que essa doença chamada mágoa, que tem deixado tantas pessoas com a alma adoecida, é a única que o Senhor Jesus não pode curar. E não é porque Ele não tenha poder para isso, mas porque essa cura vem única e exclusivamente da decisão que a pessoa toma de liberar o perdão. Perdoar é reconhecer que todos nós estamos sujeitos a cometer erros e precisamos também ser perdoados, principalmente por Deus. E essa é a condição para sermos perdoados pelo Altíssimo, como está escrito: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celestial perdoará as vossas ofensas. Se, porém, não perdoardes aos homens suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.14-15).

Na dúvida, perdoe
Para não condenar alguém injustamente, a lei aplica o princípio do “in dubio pro réu” (na dúvida a favor do réu) e considera que é o correto a fazer, já que não há provas suficientes. Afinal, é melhor inocentar um culpado do que condenar um inocente. Então por que também não aplicar isso no nosso dia a dia?

“Ser misericordioso é ser humilde (forte, racional), não bobo e muito menos fraco. Já quem guarda mágoas é orgulhoso (fraco, hiperemotivo). Portanto, perdoe quem o magoou. Libere o perdão para o seu próprio bem. Precisamos perdoar mais do que a pessoa que nos magoou precisa ser perdoada. Somos nós quem precisamos perdoar”, conclui o Bispo.

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