Tentações se disfarçam de coisas boas e podem levar um homem à ruína
Apesar de hoje em dia a mídia explorar a figura mitológica pagã das sereias como algo “bonitinho” e até vendê-las a crianças como heroínas, nas lendas antigas, elas não passavam de monstros disfarçados de beldades. Dizia-se que seu canto atraía os marinheiros que, encantados pela melodia, mergulhavam atrás delas e se afogavam ou levavam suas embarcações para baterem nos rochedos.
Deixando de lado a mitologia, é possível aplicar o conceito da sereia à vida real. As antigas sereias eram figuras metafóricas de como um homem pode cair em tentações e se perder – às vezes, permanentemente.
Quais são as “sereias modernas” para o homem de hoje? Pode ser aquela mulher que se insinua para o homem casado – ou mesmo ao não comprometido – e ruma em direção ao sexo sem compromisso ou ao caso extraconjugal. Não raro, casamentos acabam por isso – e a culpa não é só da “sereia”, pois muito casado sem caráter dá em cima de mulheres mesmo sem ter sido assediado. Um homem que se blinda contra a luxúria aprende a, com o passar do tempo, fechar seus ouvidos aos “cantos” tentadores ou de olhar com cobiça.
Outro canto que existe desde a antiguidade e nunca perdeu força é o “dinheiro fácil”. Propostas de ganhos ilícitos enchem os olhos de muitos homens. É aquela propina na política, é o modo de lesar a empresa, o sócio, o fornecedor e levar um “por fora”, é pagar mal os funcionários ou diminuir seus direitos trabalhistas para aumentar seu próprio pró-labore, é a tentativa de grana “fácil” em qualquer tipo de crime ou contravenção, em vez de se esforçar como um ser humano decente no estudo e no trabalho.
Também pode ser a velha procrastinação que deixa para depois (leia-se “nunca”) o conserto da torneira que pinga, a promessa feita à esposa, a meditação na Bíblia, a ida à Igreja… Depois de procrastinar, via de regra, o protelador se acha vítima inocente das circunstâncias, em vez de se ver como o próprio causador das consequências ruins.
Uma sereia moderna pode ser aquele hambúrguer escorrendo gordura, a bebida alcoólica em fartura, o refrigerante (que não passa de veneno com açúcar), os petiscos no sofá na frente da TV – ela também uma sereia e tanto, que influencia com imagem e som, moldando o comportamento para pior quando a programação não é selecionada pelo telespectador, além de uma bela ladra de tempo.
Outra que canta e encanta (no mau sentido) é a velha mania masculina de ir na onda do “amigo” que faz bullying (que não é só coisa de criança) e prejudica alguém, que vive falando de coisas vulgares, que prega que “homem que é homem tem que ser pegador” e por aí afora. Muitos, para se enturmarem, aderem a comportamentos aos quais nunca adeririam se deixassem a razão falar mais alto, não importando o que as companhias pensam.
As sereias modernas só seduzem quem lhes dá atenção. O pecado só conquista quem não está com a fé em dia e está sem o revestimento seguro do Espírito Santo. O curioso é que ninguém pode dizer que ignora isso, pois a própria Bíblia já deixa bem claro há milênios em Romanos 6.23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus Nosso Senhor.”
Não é papo de crente, é fato. Não dar ouvidos ao diabo – a maior das “sereias” – continua a ser o único caminho rumo a uma vida de verdade agora e além, pois só chegará ao porto seguro da eternidade ao lado de Deus quem focar na sua rota para a Salvação. Só cai na lábia do pecado quem se ilude e paga com a vida, literalmente – e isso não é lenda.