Veja as semelhanças entre o que houve há dois mil anos e o que aconteceu dias atrás.
Rabiscando o chão de terra com o dedo estava, rabiscando o chão de terra com o dedo permaneceu. Pouca atenção deu aos que se amontoavam ao redor dEle, todos inspirando ar e expirando desejo de vingança. A sede de sangue se desenhava nos olhos de cada um daqueles homens, mesmo dentro do templo do Senhor. Queriam a morte não apenas da mulher que arrastavam e humilhavam até Aquele Juiz, mas também a dEle próprio.
Conhecendo desde há muito o ódio que crescia dentro daqueles escribas e fariseus, Jesus sequer levantou seus olhos quando acusaram a mulher de adultério.
“Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; Tu, pois, que dizes?”
Diziam isso como armadilha para punir também aquela ilha de harmonia que imergia no centro do mar de revoltosos, mas Ele sequer levantou Seus olhos.
Aquele Homem já completava anos caminhando de vila em vila, aldeia em aldeia, província em província, anunciando a Salvação para os homens, curando enfermos e distribuindo paz e esperança para os sofredores. Por isso incomodava tanto os poderosos. Ele lutava e pregava contra as injustiças, desafiando pacificamente aqueles que humilhavam o povo.
Injustiça e humilhação hoje
E quem eram os homens que, na segunda-feira (5), julgaram e “aplicaram pena” à ré indefesa e sem direito a palavras? Seriam eles pacificadores que saíram de suas terras para levar a “justiça” a outros povos? Seriam benfeitores que ajudam os mais necessitados? Médicos que curam? Acalentadores que dão esperança?
Difícil acreditar que as pessoas que espancaram Fabiane de Jesus no meio da rua durante o dia, no Guarujá (SP), possam ter essas missões em suas vidas.
Seria uma semelhança com os escribas e fariseus que abordaram Jesus? Com necessidade de vingança pulsando em suas veias, estes fizeram o que o Homem mais justo da História não fez: julgaram.
Mesmo que insistissem, fariseus não tiraram de Jesus uma única palavra de condenação. “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”, disse Ele, e o mar de fúria se dissipou deixando jogada ali a ré.
Alguns podem pensar que, infelizmente, Jesus não estava ali para salvá-la. Enganam-se. Jesus não condenou a suposta adúltera, mas a orientou a não permanecer no erro.
E, ouvindo eles a resposta de Jesus, “…acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos.”
Que a consciência fale com cada um.
Universal.org