Por que há pessoas que se desesperam enquanto outras preservam a serenidade, mesmo diante de grandes dificuldades? Descubra
Existem, praticamente, três tipos de paz. Há uma relacionada aos momentos de descanso, que são benéficos ao ser humano. Por exemplo: há quem goste de pescar em um lugar tranquilo para se desligar de tudo e prestar atenção somente à atividade. Da mesma forma, outros buscam contato com a natureza, com animais de estimação, a prática de atividades esportivas ou artísticas, entre outras opções. Esses, claro, são períodos necessários ao ser humano.
São pausas na correria cotidiana e que trazem uma paz que, de certa forma, ajuda a recarregar as baterias para o dia a dia. Contudo essa paz é limitada, pois dura o mesmo tempo que as atividades que a alimentam. Ou seja, assim que acaba o descanso, a tribulação retorna.
Muita gente também procura outro tipo de paz, que, na verdade, não traz nenhuma tranquilidade: o refúgio em ações destrutivas, como os vícios. Pessoas que a buscam dessa forma tentam camuflar o vazio interior, a tristeza e o descontentamento em drogas, bebidas, baladas, remédios, redes sociais, prostituição, pornografia, automutilação, jogatina, obtenção de dinheiro para uma suposta estabilidade financeira, entre outras alternativas, que só as fazem afundar cada vez mais.
Só que tanto o primeiro tipo de paz quanto o segundo são procurados no mundo e, por isso, não são de fato genuínos, disse o Bispo Renato Cardoso durante o programa Inteligência e Fé, na Rede Aleluia de rádio. “A ‘paz’ que o mundo dá é falsa porque nele não há paz. Você olha ao seu redor e o que vê? Injustiça, pessoas brigando, uma tirando proveito e enganando a outra. Como é possível este mundo perdido, todo torto, oferecer paz?”, indagou.
É aí que entra uma imperturbável, verdadeira e definitava paz: aquela que aos olhos dos mais desavisados pode até ser confundida com frieza, mas é bem mais nobre e sólida do que isso. Muitos realmente não conseguem entender de fato o significado dela, mas o apóstolo Paulo a definiu em Filipenses 4.7: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.”
Essa paz “que excede todo o entendimento” só pode vir do Senhor Jesus, como Ele Próprio disse: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14.27). Como Ele mencionou, com ela, é possível passar com tranquilidade por qualquer situação, por mais atemorizante que ela seja, até mesmo sobreviver em uma guerra propriamente dita. E é essa paz que você conhecerá, a seguir, pela boca de quem a encontrou.
Nem a perda de um filho a abalou
Quando ainda não conhecia de fato a Deus, a empresária Ada Mathias Ribeiro, (foto abaixo) hoje com 58 anos, passou por dificuldades financeiras que lhe trouxeram problemas também em outras áreas, a ponto de ela ouvir uma voz que lhe sugeriu que se jogasse da varanda do oitavo andar de seu prédio para se matar. Felizmente, naquele exato momento, outra voz a convenceu do contrário. Foi a hora, então, dela tomar a decisão que daria início à mudança de sua vida.
A partir desse episódio, Ada e sua família começaram a frequentar uma igreja evangélica. Ao ler a Bíblia, ela foi aprendendo sobre o Espírito Santo e passou a desejá-Lo em sua vida, mas, na igreja que frequentava, o pastor a aconselhou de maneira contrária. “Ele dizia: ‘procure outra igreja que acredite nisso, pois não é o nosso caso’”, declara.
Foi então que ela encontrou a Universal, onde foi acolhida e, com aprendizados e obediência, em poucos meses, foi batizada com o Espírito Santo. Naquela ocasião, ela mal sabia que isso teria um resultado concreto e essencial em um dos piores momentos de sua vida.
Durante uma campanha de Fogueira Santa, ao se lançar ao Altar, Ada percebeu uma atitude estranha por parte de Deus, como relata: “Deus não me falou o que Ele queria que eu sacrificasse, como fez em outras vezes”. Aquilo a intrigou, mas, acostumada à obediência, ela se manteve com fé.
Poucos dias depois, Ada recebeu uma notícia chocante: seu filho Michael, de 19 anos, estava morto, depois de ser atropelado por um ônibus. E foi aí que a paz genuína se manifestou em seu ser. “No exato momento em que eu soube disso, em vez de me desesperar, me ajoelhei, me ungi e falei com Deus: ‘se o Senhor permitiu isso, então, eu não quero sentir dor’.”
Adalberto, seu marido, de 58 anos, se surpreendeu com a atitude dela: “ela se levantou com um semblante tão sereno, com tanta certeza de que Deus estava no controle de tudo, que aquilo me contagiou e eu acabei agindo da mesma forma”. Era óbvio que a família impactada pela notícia estava triste, porém, já no local do acidente, a atitude deles chamou a atenção até mesmo dos policiais, que a princípio não queriam que a mãe visse o filho, mas voltaram atrás na decisão quando a viram decidida e calma.
Diante do corpo do rapaz, Ada só fez um pedido: “Eu falei: ‘Senhor, só quero saber onde a alma dele está e, se estiver com o Senhor, quero a mesma paz de quando eu recebi o Seu Espírito’”. Ela conta que foi imediatamente inundada de paz, pois sabia com Quem o filho estava, e se manteve assim durante todo o funeral. “A nossa atitude de paz despertou a atenção das pessoas presentes no sepultamento, principalmente dos mais de 600 jovens que estavam lá. Até minha filha perguntou de onde vinha toda aquela força que eu tinha”, relembra.
Ada conta que muitos questionavam sua serenidade em uma situação tão difícil, mas passaram a enxergar que, como ela menciona, “era o Espírito Santo agindo”. Segundo ela, essa paz perdurou: “não passei por depressão, nem uma vez fiz aquela pergunta clássica ‘por que meu filho?’ ou questionei a Deus, pois onde eu sei que Michael está eu também quero estar um dia”.
Ada credita esse sentimento ao Espírito Santo. “Hoje, ajudo com conhecimento de causa as mães que também perderam filhos e elas me ouvem. Sem o Espírito Santo, com certeza eu não teria resistido. É óbvio que sentimos a perda, mas é diferente se sabemos Quem cuida de nós. É uma paz que não vem de fora, mas de Deus, que está dentro de mim”, conclui.
Paz na guerra
Antonio Vieira Neto, (foto abaixo) de 54 anos, corretor de imóveis, tinha um grande vazio interior que logo foi preenchido por um misto constante de tristeza e inquietação. Muitos complexos e traumas pioravam seu quadro e o fizeram procurar a paz em atividades efêmeras que o prejudicavam mais ainda, como drogas, bebidas, festas e baladas. “Passei até a fazer parte de um grupo de samba para ter acesso a mais festas e eventos”, relata.
Antonio tentava aliviar a alma dessa forma e, segundo ele, até se distraía e adiava se concentrar nos pensamentos que o perturbavam. Mas procurar paz nesses momentos tem um problema: eles têm hora para acabar e logo vêm as preocupações e outros pensamentos nocivos. “Eu me iludia que, fazendo aquelas coisas, iria me encontrar, me satisfazer e me sentir bem comigo mesmo. Mas, ao chegar em casa, estavam me esperando a angústia, a tristeza e a solidão, que novamente se aproveitavam de todo aquele vazio”, descreve.
Na frente de outras pessoas, Antonio vestia uma máscara: “nas festas, eu bancava um personagem feliz para não me sentir excluído. Até contava piadas e ria para me enturmar, mas os complexos me assaltavam de novo quando eu estava sozinho. Me sentia novamente o humilhado, aquele que ninguém queria por perto – um dos piores sentimentos que alguém pode ter. Eu me convencia cada vez mais de que eu era a pior criatura da Terra”.
Nessa situação, Antonio sentia vontade de morrer. Até que, inspirado por um irmão que abandonou a vida de crimes e vícios depois de conhecer a Deus na Universal, ele decidiu fazer o mesmo.
“Meu irmão falava de Deus com muita certeza, transformado e tranquilo e aquilo me impressionou. Quando fui à Universal, percebi que, mesmo tendo sido excluído por quase todos ‘lá fora’, no mundo, para Deus eu era importante e fui bem acolhido. Isso começou a mexer comigo”, lembra.
Assim, Antonio passou a ler a Palavra de Deus com afinco: “eu A lia e relia com sede, até entendê-La. Quando aprendi sobre o Espírito Santo, O busquei até recebê-Lo e aí tudo mudou. A alegria de Deus passou a estar em mim e eu não precisava buscar mais a paz em eventos, pessoas, vícios, que, na verdade, eram só distrações. Passei a ter a paz que não dependia de nada disso”.
É claro que as dificuldades não fazem acepção de pessoas, contudo a diferença é que quem é revestido do Espírito de Deus as encara, como fez Antonio: “eu vivi muitas dificuldades e sabia que era o inferno querendo me desviar, mas, com o Espírito Santo, até eu ficava surpreso por ir dormir em paz e acordar da mesma forma, apesar das lutas. Eu sabia que Deus estava no comando e, mesmo que as pessoas estranhassem o meu modo de agir, eu não me importava”, afirma.
“É paz na guerra mesmo”, continua Antonio, “pois perdi meu negócio próprio, estava com grandes dívidas, corria o risco de perder meu apartamento, mas, tendo Deus comigo, eu sabia que era uma questão de tempo para que tudo se resolvesse da melhor forma. Minha esposa e eu não nos desesperávamos, para espanto de muitos”, revela.
Assim, manifestando a fé, mas com tranquilidade, todas as dívidas de Antonio foram pagas e o casal não perdeu seu apartamento.
“Claro que choro quando acontece algo ruim, mas só aos pés de Deus e, logo depois desse desabafo, vem a resposta dEle. Antes, eu andava entre a multidão buscando paz e não a achava; hoje a encontro até mesmo em um deserto, pois tenho Deus em mim”, garante.
Vivendo dopada
Nady Mara Battiston, (foto abaixo) de 42 anos, auxiliar administrativo, tinha ansiedade, depressão e síndrome do pânico antes de começar a frequentar a Universal, há cerca de dez anos. “Meu pensamento estava sempre a mil, eu não conseguia dormir e vivia com dores de cabeça por vários dias seguidos, sem que os médicos descobrissem o que eu tinha. Cheguei a ser internada duas vezes”, recorda.
Em razão de seus problemas, Nady procurou refúgio nos remédios.
“Eu tomava seis medicamentos diferentes por dia para dormir, acordar, ter fome, não ter fome, proteger o estômago dos outros remédios, ou seja, para tudo. Eu vivia dopada.”
Só que aquela “tranquilidade graças aos medicamentos” não era real, como ela mesma constatou: “era como um buraco dentro de mim, uma calma irreal que não mudava minha situação. Então, eu procurava fazer mais coisas na esperança de que me preenchessem. Eu bebia, mesmo tomando medicação, e ia à academia, mas perdia o foco e o prazer nos exercícios”.
Quando começou a frequentar a Universal, Nady ouviu falar da importância de ter o Espírito Santo e passou a querê-Lo dentro de si. “Não foi fácil, pois eu queria que meu batismo acontecesse na hora, mas me dediquei. Abandonei tudo de que precisava até então para me libertar. Venci traumas e rancores, até consegui-Lo, para conhecer a paz pela primeira vez na vida, de verdade”, enfatiza.
Nady se lembra da época que ainda duvidava e que hoje usa como ensinamento para outras pessoas: “questionamos, dizemos ‘por que passo por isso se nunca fiz mal a ninguém?’ Também achamos que estamos na hora e no momento errados para tudo ou que somos punidos por Deus. Mas, na hora dos problemas, se não estivermos alinhados ao Altíssimo, não entendemos por que Ele os permite. Hoje, entendo isso e consigo ajudar quem passa pelos mesmos problemas, pois sei quais são suas dúvidas”.
Ela sabe onde está a paz verdadeira e duradoura e, quando algo ruim ocorre, ela não procura mais solução em remédios ou atividades sem sentido. Ela conta que, em meio aos problemas, a Presença de Deus é mais do que suficiente para “ter paz, dormir bem, saber que estou curada, livre e feliz, pois é isso que o Espírito Santo põe em nossas vidas. Quando Seus frutos começam a aparecer, tudo muda dentro de nós e não dependemos do que vem de fora”.
Não é frieza, é certeza
Ada, Antonio e Nady vivem literalmente o que o Filho de Deus disse em João 16.33: “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Quem vive sob a direção do Espírito Santo, como ensina o Senhor Jesus, entende que Deus não muda o problema, mas muda como a pessoa o encara e, assim, ela o vence.
É por essas e outras que quem não tem um compromisso com Deus cai naquela diabólica armadilha de negar os problemas. Só que fingir que eles não existem não os elimina. Ao contrário, camuflados pela cortina de fumaça das distrações, eles só aumentam e causam mais sofrimento. Não adianta, então, buscar em pessoas, relacionamentos amorosos ou em uma agenda lotada de compromissos desculpas para não pensar neles e tentar obter a paz.
Em vez disso, o Senhor Jesus nos ensina a abastecer as baterias da fé com Ele dentro de nós para termos forças para combatê-los, como observou o Bispo Edir Macedo em uma mensagem em seu Instagram: “a Presença do Espírito Santo é a própria paz. Sim, Ele mesmo é a paz. Quando alguém vive na fé e pela fé, ele tem paz, ainda que seu exterior esteja em meio à guerra. Temos paz com Deus por meio da fé no Senhor Jesus Cristo”.
E, se referindo também à passagem de João 14.27 (citada no início desta matéria), ele esclareceu: “quando o Senhor Jesus diz ‘a Minha paz vos dou’, Ele diz que a deixou como herança para Seus seguidores fiéis, leais, obedientes à Sua Palavra. Não é uma paz qualquer, mas a dEle, diferente de todas, que não acaba quando você vive uma guerra, conflitos, problemas familiares, amorosos ou econômicos”.
Dessa forma, essa paz não cessa. “Se não há paz, é porque você não tem a Presença do Senhor Jesus. Mas se você O tem, então tem que haver a paz interior, que ninguém e nada nesse mundo pode remover nem sequer tocar”.
Vale ressaltar que essa paz interior não é alcançada quando há um desalinhamento entre alma, espírito e corpo. Por exemplo, quando a pessoa briga com alguém (ou seja, a alma dela se excedeu) e a mente dela (espírito) “diz” que ela agiu errado, ocorre um desalinhamento entre alma e espírito. Porém, se a pessoa acerta a situação com quem brigou, ocorre novamente um alinhamento entre eles, o que contribui para que ela fique em paz.
Com tudo isso, fica mais fácil entender por que a paz é simbolizada por uma pomba branca – não por acaso, o mesmo símbolo do Espírito Santo – e mais fácil ainda entender que também não é por acaso que o Senhor Jesus é chamado de o Príncipe da Paz (Isaías 9.6). Não faz sentido, portanto, procurar a paz onde ela definitivamente não está.
* Colaborou: Núbia Onara