Por que essa tristeza nunca tem fim?

Enquanto muitos perecem e até desistem de viver por não virem esse sentimento cessar, outros entendem a tempo que é completamente possível mudar essa situação. Descubra como

Por que essa tristeza nunca tem fim?

“Tristeza não tem fim, felicidade, sim”, diz uma antiga música popular de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Se depender da visão meramente humana, essa canção faz sentido, mas, com os olhos espirituais corretamente direcionados, tudo muda de figura.

Em 2006, a empresa norte-americana de pesquisas de opinião Gallup Poll começou a coletar dados, em 113 países, para identificar como anda a “felicidade” no mundo. De 2009 para cá, segundo o estudo que envolveu cerca de 1,5 milhão de pessoas, foi constatado que a tristeza, ao contrário da felicidade, só tem aumentado.

Em 2009, 25% dos entrevistados revelavam tristeza e outros sentimentos correlacionados, como estresse, ansiedade e até raiva, nos dias anteriores à entrevista. Já em 2021, essa taxa saltou para 31% – o que corresponde a quase uma a cada três pessoas infelizes no mundo.

Principais Causas
Ao analisar as pessoas que disseram que eram felizes, as principais respostas se relacionavam à realização no trabalho, ao pouco estresse financeiro, ao fato de viverem em comunidades harmoniosas, à boa saúde física e ao apoio de família e amigos quando surgia algum problema. Por outro lado, as pessoas que disseram que eram mais tristes relataram que os motivos eram justamente a carência dos fatores citados acima.

Era de se esperar também que, ao longo desses últimos anos, a pandemia de covid-19 e os seus desobramentos fizessem essa porcentagem aumentar consideravelmente, mas a pesquisa da Gallup revelou que a pandemia teve algum tipo de influência somente durante o auge e que os índices de tristeza voltaram aos níveis anteriores, que já estavam em ascensão, quando a situação retornou à normalidade, como atualmente.

E no Brasil?
Em terras brasileiras, a tristeza também aumentou, se checados os números de outra pesquisa: a World Happiness Report (em tradução, Relatório da Felicidade Mundial), que amplia o leque de países pesquisados para 140. Segundo esse estudo, houve uma queda considerável do Brasil no ranking dos países “mais felizes” do mundo.

Em 2021, o País era o 38o colocado e, em 2023, está na 49a posição. Para se ter uma ideia do tamanho da queda, antes ainda, em 2015, o Brasil estava em 16º lugar no ranking. Ora, se há menos gente feliz, há mais gente triste.

As consequências
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que tristeza e depressão são diferentes, mas podem estar interligadas. Existe a tristeza passageira, que ocorre por causa de algum infortúnio, contudo há a persistente, que pode levar à depressão, se não for tratada. Por outro lado, a tristeza também pode ser um sintoma de uma depressão já existente, que pode depender de fatores genéticos, sociais e, como bem sabemos no mais importante dos aspectos, da área espiritual – apesar de a OMS não citá-la.

Longe de Deus, perto da tristeza
Quando o assunto é a vida espiritual, quem já presenciou vários casos relacionados à tristeza consegue apontar a relação entre elas. Segundo o Bispo Edir Macedo, em sua página nas redes sociais, os sentimentos que assolam o interior de uma pessoa e o seu estado de espírito dependem da comunhão dela com Deus. “Aquele que teme ao Senhor e anda nos Seus caminhos não precisa se preocupar. Ele tem a garantia de ser bem-sucedido em tudo aquilo que fizer. Viver pela Fé é desprezar os momentos tristes do passado e partir para a frente.”

Ocorre que muitas pessoas não têm essa relação com Deus e, por isso, vivem com essa tristeza que dói na alma. O Bispo Júlio Freitas fez a seguinte observação em seu blog: “qual é a pior dor que o ser humano pode sentir? Não é no corpo, na vida sentimental, na familiar ou na econômica. É a que se sente na alma. Sim, a dor na alma é a pior de todas, pois é sentida como uma angústia, um vazio, uma tristeza profunda sem explicação. Essa dor é a consequência de a pessoa estar afastada de Deus, do seu Criador. Consequentemente, ela se torna frustrada em tudo”.

Mas para não viver em função da tristeza não significa que se deva sair em busca da felicidade a qualquer custo. Em relação a isso o Bispo Renato Cardoso disse, em seu blog: “você sabia que Deus nunca nos mandou buscar a felicidade? Nunca houve, na Palavra dEle, um mandamento para isso. O que Ele mandou fazer foi obedecê-Lo e servir ao próximo. Se estamos em paz com Ele e somos úteis ao próximo, seremos felizes. Então, a felicidade nunca foi e não deve ser o objetivo na nossa vida, mas uma consequência. E isso só nos mostra o quanto o ser humano está distante de Deus”.

As pessoas cujas histórias você lerá a seguir comprovaram que, apesar de os fatores físicos e sociais citados nas pesquisas serem importantes para o fim da tristeza, o relacionamento com Deus é o fator determinante para conquistá-lo.

Tristeza escrita na pele

“Triste e vazia” era como se definia a comerciária paulistana Ketelyn Silva, (foto abaixo) de 20 anos. “Eu fazia de tudo para me preencher, me envolvia com más amizades e não me valorizava, a ponto de ‘ficar’ com vários rapazes”, conta.

Ela confessa que odiava o irmão e o padrasto por eles a terem agredido física e psicologicamente, em razão de sua constante rebeldia. “Eu desejava agredi-los também, mas, como não podia, passei a descontar esse desejo em mim mesma. Então, eu esmurrava meu próprio corpo, puxava meus cabelos e socava a parede, mas nada disso adiantava”, relata.

Ketelyn começou a ir à Universal, mas seu comportamento não se alinhava à Palavra de Deus e ela não levava a sério o que ouvia. Assim, sua vida continuou de mal a pior e seu quadro se agravou, como detalha: “comecei a desenvolver uma profunda depressão. Eu não tinha ânimo para nada nem perspectiva nenhuma de vida. Eu só queria ficar em casa deitada e não tinha prazer em nada e muito menos de ficar com a família.”

Um fim ilusório de tudo passou a ser foco de seu interesse, conforme revela: “eu só pensava na morte e no sentimento que eu carregava. Passei a apreciar séries, vídeos e fotos sobre suicídio e me imaginava tomando remédios, me jogando de uma ponte ou na frente de um carro, me sufocando com uma sacola ou me esfaqueando, por exemplo”.

Por ver que sua tristeza não cessava, Ketelyn passou a se automutilar.

“Eu escrevia com cortes na pele tudo que eu sentia: tristeza, vazio, angústia, etc. Tinha tanto prazer em externar assim meus sentimentos que passei a beber meu próprio sangue. Ao me ver nessa situação, marquei uma data em que tomaria coragem para me matar.”

Faltando poucos dias para a data fatídica, algo aconteceu, segundo descreve: “algumas obreiras me levaram à Universal, na reunião da Escola da Fé, quando o Pastor falou da verdadeira conversão e fez um desafio ao dizer: ‘se você se converter de verdade, pode ter certeza que a sua vida vai mudar, pois Deus só pode transformar a vida de quem realmente se volta para Ele’”.

Ela achava que não havia mais jeito para sua vida, que era sem paz e sem futuro, mas o que ouviu naquela reunião foi determinante e ela reagiu: “decidi fazer aquela prova com Deus e disse que faria a minha parte, mas que Ele teria que cumprir a dEle em minha vida”.

Ela diz que foi ali que sua mudança teve início. “Comecei a abrir mão de tudo que fazia errado: amizades, rapazes, músicas, séries, lâminas e, principalmente, perdoei meu padrasto e meu irmão. Passei a trocar minhas vontades pela de Deus e me batizei nas águas. Eu já era uma nova pessoa, mas precisava do Espírito Santo”, atesta.

Quando começou um propósito do Jejum de Daniel, ela aderiu inteiramente a ele. “Passei a viver cada dia para agradar o Senhor Jesus. Eu lia a Palavra e buscava obedecê-Lo em tudo. Eu perseguia sedentamente o batismo com o Espírito Santo, pois sabia que só com Ele eu permaneceria até o fim. No último dia do Jejum, O recebi”, assegura.

Depois disso, a tristeza, o vazio, a automutilação, as brigas, a rebeldia e as outras atitudes que só faziam a vida dela afundar cada vez mais ficaram no passado. “Hoje sou verdadeiramente feliz. Tenho paz, alegria e uma força que nunca imaginei que teria. Mesmo em meio às lutas, sei que vou vencer porque Deus é comigo. Meu maior prazer é agradar a meu Pai, ao Senhor Jesus, e levar o mesmo que recebi aos que agora sofrem como voluntária na Força Jovem Universal (FJU). Sou totalmente transformada”, conclui Ketelyn, sem poupar sorrisos o tempo todo.

Faltava amor

A auxiliar de limpeza Marcela Peixoto, (foto abaixo) de 40 anos, residente em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, cresceu em uma família disfuncional em que os pais alcoólatras chegavam a oferecer bebida aos filhos. Assim, ela passou a infância e a adolescência toda cercada por brigas no lar.

Ainda criança, Marcela foi molestada por um meio-irmão por parte de mãe, que o defendeu e disse que Marcela o havia provocado. Ela diz o que essa situação acarretou: “eu já não podia contar com o amor dela e do meu pai em casa, o que me entristecia demais, e, então, comecei a procurar a felicidade em outros lugares e pessoas. Apesar de carregar um vazio enorme, uma tristeza que nunca passava, criei uma fachada de alegria que fazia as pessoas ignorarem o quanto eu estava mal”.

Era dessa forma que Marcela, na época adolescente, levava a vida. “Eu tentava me convencer de que era feliz, mas chorava muitas vezes sozinha. Meus pais me davam tudo, menos amor, então eu me refugiava em situações e pessoas para não pensar nas coisas tristes.

Apelei para festas, grupos de ‘amigos’, muita bebida e me envolvi com homens – inclusive casados – e mulheres, sempre tentando ‘anestesiar’ a tristeza”, descreve.

Quando estava longe dos festejos do mundo, a realidade a confrontava, como esclarece: “quando eu chegava em casa, a situação era outra.

Tentei me matar com uma overdose de antidepressivos, mas falhei. Eu sempre apelava para os remédios quando acontecia algo desagradável, para fugir do problema ou até morrer. Eu também chorava demais sempre que não havia alguém por perto”.

Até que certo dia, ao caminhar pela rua, ela foi convidada por um obreiro da Universal para ir a uma reunião. Na ocasião, ela pediu a ele uma oração e eles conversaram. “Então, eu quis conhecer aquele amor e aquela felicidade que sempre ouvia as pessoas que tinham comunhão com Deus falarem. Como eu já tinha tentado de tudo, menos isso, decidi aceitar o convite”, diz.

Não foi fácil deixar as atitudes que a ligavam ao mundo e o sentimento de tristeza, salienta Marcela, mas, ao longo do aprendizado espiritual que recebeu, os maus costumes ficaram para trás e nasceu a real esperança. “Eu lutava por mim mesma e nada conseguia, até que decidi me entregar de fato ao Senhor Jesus, crendo que, se Deus realmente existisse, aquela tristeza teria fim e Ele mudaria minha vida.

Foi o que aconteceu. Conheci um rapaz e aprendemos juntos, com Deus ao nosso lado, e constituímos um casamento feliz. Agora sei o que é ter amor em um lar. Aprendi que, se eu quero amor, devo dá-lo antes. Por isso o dou a Deus com o melhor de mim, O servindo, e recebo dEle mais que em dobro”.

Dessa forma, hoje, Marcela vive a plena felicidade. “Tenho tudo de que preciso, mas isso só começou depois que eu persegui e consegui o que mais precisava: o Espírito Santo. Se sou feliz hoje é porque sei que, antes de tudo e de todos, amo e sou amada por Deus e por ter Seu Espírito em mim. Sou completamente feliz e não tenho mais aquela tristeza. Na verdade, ela só acontecia porque eu deixava, porque estava longe de Deus e por não conhecer a Verdade”, destaca. Ela usa sua experiência para deixar um conselho: “sei que Deus pode mudar a vida de qualquer pessoa triste se ela quiser e deixá-Lo ajudá-la, assim como mudou a minha”.

“Achava que era frescura”

O biomédico Geyzon Gonçalves, (foto abaixo) de 30 anos, morador de Inhumas, em Goiás, realizava um sonho acalentado desde a juventude por inspiração de uma tia: trabalhar na área da saúde. Para concretizá-lo, ele ingressou em uma faculdade.

Aluno aplicado, sua visão de futuro era bem positiva, porém, ele mesmo não se convencia disso. Nos anos finais do curso, Geyzon foi atingido por uma grande ansiedade quanto a como seria sua realidade na tão almejada profissão, o que o levou a uma grande tristeza, apesar de todo o quadro à sua volta parecer favorável.

Geyzon temia, acima de tudo, não atender às expectativas, pois, segundo ele menciona, “a pressão da área da saúde é imensa e temos que absorver o máximo de conhecimento em uma corrida contra o tempo para, lá na frente, darmos o nosso melhor”. Isso o sobrecarregava, segundo afirma, e foi o que mais o afundou na tristeza e o levou à depressão.

Como já trabalhava na área antes mesmo de terminar a graduação, ele presenciava os danos da depressão em pacientes, mas, curiosamente, não os levava a sério. “Minha mentalidade era que depressão era frescura”, admite. Geyzon não reconhecia que o mesmo estava acontecendo com ele e, por isso, não buscava ajuda.

“Eu achava que venceria aquela situação com a força do braço e com meus conhecimentos, mas passava as noites em claro e chorando, a ponto de querer acabar com minha vida”, enfatiza. Até mesmo quando admitiu que seu problema não era “frescura”, aquele peso continuou, pois, para a medicina, não havia cura para o problema.

Certa noite, ao dirigir da faculdade para casa, Geyzon ouvia cada vez mais alto algumas vozes lhe dizendo para que ele tirasse a própria vida. “Eu dirigia e chorava”, lembra. Desesperado, ele diz que ligou o rádio para tentar se distrair e que a voz que ouviu foi a do Bispo Edir Macedo. “Meu primeiro impulso foi desligar, pois tinha aversão a ele e à Universal pelas coisas que ouvia a respeito de ambos, mas minha mão parou no meio do caminho. O Bispo falou: ‘você, aí neste carro, que está pensando em tirar a sua vida, não faça isso, pois há jeito para você’”, recorda.

Geyzon diz que o Bispo pediu para quem estivesse ouvindo aquela mensagem que parasse o carro e colocasse as mãos sobre o rádio para receber uma oração, pois aquela atitude mudaria sua vida. Então, como já tinha tentado de tudo, ele aceitou a sugestão e, ao longo da oração, já começou a se sentir diferente. “Foi ali que decidi buscar ajuda”, revela.

O então estudante foi a uma Universal e se sentou na primeira fileira. Ele conta o que aconteceu depois: “um pastor se aproximou, me ouviu pacientemente e disse que, se eu cresse, o Senhor Jesus poderia mudar minha vida. Ele pôs as mãos sobre minha cabeça e determinou que todo mal, em Nome do Senhor Jesus, saísse naquele momento. Eu chorei muito e senti como se um caminhão de coisas saísse dos meus ombros”, lembra.

Segundo Geyzon, a medicina não podia justificar nada do que aconteceu ali, somente o poder de Deus. “Nada explica o bem-estar que passei a ter a partir dali. Saí da igreja com uma alegria tão grande que queria contar para todo mundo o que aconteceu”, declara.

“Achei o meu lugar”, pensou Geyzon na ocasião. A partir daquele dia, o aprendizado foi grande e as mudanças também. Enquanto o mundo tentava afastá-lo da Presença de Deus, ele seguia forte em sua fé, recusando convites para baladas e bebidas e livre da tristeza que o mundo lhe traria de forma oculta por meio daquelas armadilhas. Assim, ele recebeu o Espírito Santo. “Eu não cabia em mim de tanta felicidade. Deus falava diretamente para mim: ‘Eu sou contigo’’’.

Hoje Geyzon não só ajuda às pessoas dentro e fora da profissão, na qual é respeitado apesar dos medos do passado, como vive na prática um versículo que sabe de cor: “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” (Salmos 4.8).

Sim, tem fim
Voltando à canção do início deste texto, apesar dela ser uma joia da música popular brasileira, ela não se aplica aos casos relatados aqui. A tristeza pode, sim, ter fim. A felicidade – aquela que é plena, e não a momentânea – depende de colocar a Vontade de Deus acima da própria e obedecê-Lo. Se você fizer isso, ela poderá estar apenas começando em sua vida. A eternidade com Deus comprovará isso.

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