Como anda a sua memória?
Todos estão sujeitos a pequenos esquecimentos no dia a dia – o local onde o carro está estacionado, as chaves de casa, o cartão do banco, o horário da reunião ou o livro daquela aula tão importante na faculdade – em função de uma agenda atribulada com muitos compromissos.
A neuropsicóloga Gislaine Gil, coordenadora do Programa de Estímulo à Atenção e à Memória do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, ressalta que a memória não é uma função isolada, mas são vários tipos distribuídos em distintas regiões do cérebro. Por isso, é tão importante que o indivíduo os entenda, para melhorar seu próprio desempenho.
Dependente do tempo
A memória dependente do tempo é dividida em duas categorias. A de curto prazo é limitada e restringe as informações por poucos minutos até que elas ainda possam ser manipuladas.
A memória de longo prazo, por sua vez, é ilimitada e pode ser dividida em duas subcategorias. A não-declarativa está associada a atividades automáticas, quando, por exemplo, não prestamos atenção e erramos o caminho por hábito, como em um final de semana ir para o trabalho em vez de ir ao shopping.
A declarativa já pede uma pausa para pensar e buscar a informação no cérebro. Quando, por exemplo, alguém nos pergunta o que o chefe disse na reunião de ontem (memória declarativa episódica – é a que mais falha ao longo da vida e é um dos primeiros sinais do Alzheimer) ou quando temos de recordar a que temperatura a água ferve (memória declarativa semântica – exercícios como as palavras cruzadas ajudam a melhorá-la).
Memória de todo dia
Essa é a memória das tarefas rotineiras e ela pode ser subdividida em evento e tempo. Se alguém lhe pede para dar um recado a uma determinada pessoa, quando você a encontra (evento), imediatamente dá o recado. Já, caso você tenha de pagar uma conta num momento específico do dia, o tempo (momento específico) deverá disparar uma recordação de algo a fazer.
Para melhorar o desempenho, tente trabalhar com as duas situações simultaneamente. Se você tem de tomar um remédio em um tempo específico, por exemplo, às 7 horas (tempo) e sabe que, neste momento, estará assistindo o telejornal (evento), deixe os remédios na frente da televisão.
A neuropsicóloga do hospital Oswaldo Cruz aconselha que todo exercício que estimule o trabalho da memória deva ser inserido no cotidiano. Caso o indivíduo ainda sinta necessidade de melhorar o desempenho cognitivo, deve consultar um médico que saberá traçar estratégias para diminuir o estresse, melhorar o sono, além de ter recomendações de dietas e exercícios físicos.
Exercícios para o momento da leitura
– Quando estamos lendo um texto, muitas vezes temos de retomar o parágrafo, pois percebemos que não estamos compreendendo. Devemos analisar se não estamos com excesso de estímulos interferentes ao redor, interferências sonoras e visuais, que podem prejudicar a concentração da leitura;
– Mantenha a postura correta na cadeira, para que o incômodo não o deixe irrequieto e atrapalhe a concentração e compreensão do texto;
– Use uma folha de papel em branco para tampar as linhas que você ainda não está lendo. Visualize uma linha por vez e tente marcar, com uma caneta marca texto, pelo menos duas palavras importantes de cada parágrafo. Depois releia as palavras grifadas para absorver melhor a informação.
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